segunda-feira, 30 de abril de 2012

4 Capitulo - Sexy Love




Taylor: Achei que você não se lembraria de mim.
Joe: Como que não, meu amor? - Cheguei perto dela e lhe dei um selinho - Como você está?
Taylor: Quero morrer. Não agüento mais essas dores.
Joe: Já te deram remédio?
Taylor: Todos possíveis. Nada faz essas cólicas passarem.
Joe: Está aqui faz muito tempo?
Taylor: Umas quatro horas, mais ou menos. E você?
Joe: Um pouco menos que isso. Manuela também não está bem.
Taylor: Pelo menos ela não está com cólicas - Ela mirou a televisão e depois a mim - Ou está?
Joe: Não, não está. Eu deixei-a comer doces demais ontem, e ela passou mal. Meus pais não estão em casa, então a deixei abusar um pouco.
Taylor: Não sei se você será um ótimo ou um péssimo pai.
Joe: Para eles serei um ótimo pai, para você, pode ser que até um péssimo.
Taylor: E quem disse que eu quero casar com você? - Ela riu.
Joe: Eu sei que quer - Cheguei perto de seu rosto e a beijei.

Pela primeira vez, a beijava sem sentir nenhuma vontade. Quer dizer, sentir eu sentia, mas parecia diferente de todos os beijos. Parecia simplesmente mais um beijo. Como os que damos quando estamos no colegial para falar para todos os amigos que nossa lista é maior do que a deles. Estava com ela há muito tempo, e a amava demais, mas as vezes sentia que a nossa relação era muito fria. Era raro quando saíamos e quando o fazíamos nossa tentativa acabava em duas coisas. Ou em motel ou em briga. Na maioria das vezes em briga, pois eu não podia agradecer a moça do caixa que ela já reclamava que eu estava olhando os peitos dela. Às vezes isso fazia com que eu achasse que ela não confiava em seu taco. Fiquei conversando com ela mais um pouco e depois fui ao quarto de Manuela. Encontrei o médico pelo caminho do quarto de Taylor até o quarto dela e o medico disse que as duas em menos de uma hora receberiam alta e poderiam ir para casa. Claro que eu sabia que Taylor voltaria no mesmo dia para o hospital, porque já a conhecia muito bem para isso.

Quando cheguei ao quarto de Manu ela ainda estava dormindo, mas logo acordou. O médico deu alta e disse que era para isso não se repetir, e disse a ela para se comportar. Fomos ao quarto de Taylor e esperamos por ela. Manuela e ela se adoravam, tinham uma amizade que era de impressionar. Como nenhuma das duas estavam boas para sair, resolvi leva-las para casa e lá faríamos alguma coisa.
Quando chegamos, nenhum sinal de Demetria e me alegrei pelo fato. Não saberia como olhar para sua cara com Taylor do meu lado. Acabamos ficando na sala assistindo alguma coisa enquanto Manuela brincava com sua Barbie sentada no tapete.

Taylor: Estou enjoada. - Ela deitou a cabeça no meu ombro.
Joe: Quer que eu te leve ao hospital de novo?
Taylor: Não. A cólica já cessou um pouco, mas sei lá, tô enjoada. Acho que é porque só fiquei no soro.
Joe: Se quiser eu te levo, tá?
Taylor: Tá bom - Ela virou o rosto pra mim e fez biquinho. Cheguei perto e dei um selinho - Vou ao banheiro, já volto.
Joe: Ok - Eu sorri e ela foi até lá.

Fiquei vendo Manuela brincar, e logo depois ouvi passos vindo da escada. Óbvio que era Demetria, mas não olhei. Evitaria falar com ela, principalmente com Taylor ali com a gente.

Demi: Onde você estava? - Eu a ignorei - Porque não atendeu ao celular? Tive que ligar para todos os seus amiguinhos.
Joe: E porque a preocupação agora?
Demi: Eu não estava preocupada com você. Estava com ela - Apontou para Manuela.
Joe: Você não se preocupa nem com você. Não seja hipócrita, Demetria.
Demi: Onde você estava, Joe? Ela é minha irmã, também tenho direito de saber.
Joe: Estávamos no hospital - A olhei -, e meu celular estava no carro, por isso que não atendi. Satisfeita, madame?
Demi: Você está passando mal? O que aconteceu? - Ela pareceu preocupada.
Taylor: Olá Demetria - Ela sorriu e se sentou ao meu lado.
Demi: Ah sim, sua namorada - Ela revirou os olhos - Olá Taylor. Mas, e as toalhas molhadas?
Joe: Nada que te interesse, Demetria.
Demi: O que deu em você?
Taylor: Acho que a pergunta é o que deu em você, Demetria.
Demi: Porque está se metendo? - Ela a olhou.
Taylor: Não quero arrumar confusão com você. Só que quem está estranha aqui é você. Nunca se preocupou com ninguém, e agora do nada vem querer saber coisas que nunca procurou saber.
Demi: São meus irmãos. Tenho direito de saber, não tenho?
Taylor: Tem - Deu os ombros e me olhou.
Joe: Tudo bem mesmo?
Taylor: Se eu desmaiar, a gente volta pra lá, ok?
Joe: Não diz isso - Dei um selinho nela.

Ouvi Demetria bufando e indo em direção a cozinha. Ignorei e fiquei conversando com Taylor.
Ao contrário do que pensam, Taylor não é um monstro. Todos os meus amigos gostavam dela e ela também gostava deles. Desde que começamos a namorar, nossa relação nunca "esfriou". Sempre havia aquelas briguinhas, mas nunca a ponto de terminarmos nem nada. Ela e Demetria nunca tiveram atrito nenhum, mas estava estampado na cara das duas que elas não se gostavam. Acho que era por isso que Selena, Miley e Taylor se davam tão bem.
Passamos o resto do dia ali, até que escureceu e eu a levei até sua casa. Parecia já se sentir melhor, e não reclamou mais de dor, só de enjôo.
Quando voltei pra casa, Demetria estava assistindo TV na sala. Passei por ela sem dizer nada, ouvi seu suspiro de quem ia falar alguma coisa, mas no final, ficou quieta e me deixou subir com Manuela.
Dei um banho em Manuela, e pouco tempo depois ouvi as vozes de meu pai e minha mãe. Troquei Manuela e ela desceu disparada as escadas para ir com eles. Eles fizeram uma série de perguntas sobre o que nós fizemos enquanto estávamos sozinhos. Preferi não comentar o fato de ela ter passado mal pelos doces que eu havia dado a ela, e também estava torcendo para Demi não falar nada. O que, por incrível que pareça, não fez nada.
Desde que meus pais haviam saído para visitar minha avó, notei uma mudança estranha em Demi, ela parecia tão mais preocupada com tudo e com todos, que até meus pais me perguntaram o que havia acontecido.
Antes, geralmente, quando qualquer pessoa chegasse em casa, ela subia e ficava trancada em seu quarto, e só saía para comer ou sair. Mas nesse dia, ela ficou conosco na sala, sem dizer uma palavra, mas ficou. O que fez até Manuela estranhar.

Dianna: Enfim, vou colocar essa mocinha para dormir - Ela pegou Manu no colo.
Paul: Eu vou tomar um banho e também vou para a cama. Não demore - Ele deu um selinho nela e subiu. Demi riu e me olhou.
Joe: Não demore - Eu o imitei e olhamos nossa mãe.
Demi: Que vida boa, hein mamãe? - Ela riu e jogou a cabeça para trás.
Dianna: Que abusados vocês dois são...
Joe: Aproveita a noite, dona Dianna. - nos olhou brava e nós rimos ainda mais.
Dianna: Boa noite, crianças.
Joe: Boa noite, mãe. Boa noite, Manu. - Mandei um beijo no ar para elas.
Demi: Boa noite, mãe. Boa noite, Manuela. - Disse, com a mão na barriga tentando parar de rir.

Minha mãe nos olhou, balançou a cabeça negativamente e voltamos a rir. Ficamos mais ou menos uns cinco minutos ali rindo, sem perceber de que estávamos sozinhas. Depois que nosso êxtase foi embora, e percebemos o quão constrangedor era ficar sozinhos um com o outro, levantamos ao mesmo tempo, ficando de frente um para o outro.

Demi e Joe: Eu vou... Não, pode falar. - Dissemos juntos, e olhamos para o lado.
Joe: Pode falar. - Passei a mão entre os cabelos.
Demi: Boa noite - Ela se virou e subiu as escadas correndo.
Joe: Pra você também - Falei baixo e me joguei no sofá.

É, seria difícil esquecer o que havia acontecido. Muito difícil.

Demi narrando:

Demi: Bom dia, bom dia, bom dia - Passei por todos os atores, e figurantes que estavam sentados no palco conversando.
Pedro: Atrasada de novo, Demi.
Demi: Sei que estou. Mas meu carro quebrou e tive que pedir para a minha mãe me trazer. E você sabe, tem aquela pirralha que só atrapalha a minha vida. Foi isso... - Eu sorri.
Holly: Porque não pediu ao seu irmão delicioso para te trazer? Todas nós iríamos adorar - Olhei-a e arqueei a sobrancelha.
Demi: Tenho que certeza que sim. Mas quem não gostaria nem um pouco é Taylor, a namorada dele.
Holly: Eu não sou ciumenta, Demi.
Demi: Ela é - Voltei meu olhar para Pedro e ouvi as outras meninas falando "Uuuh, tá de TPM hoje" e "Vai idiota, ninguém mandou".
Pedro: Segure-se, Demi. Pessoal, façam uma roda aqui e sentem-se.

Todos fizeram uma roda e se sentaram. Exceto eu e Pedro. Bom, além de assistente de Pedro, eu ficava com a maioria de seus papeis. Corria um boato de que eu era sua amante, por isso que sempre ficava com o papel principal. E não, eu não era. Nós éramos apenas bons amigos. Amigos, amigos, negócios a parte. Esse era o nosso lema. Olhei a todos que estavam sentados na roda e...
Christian: CHEGUEI - Chegou gritando.
Demi: Percebemos, Christian.
Christian: Também te amo - Ele subiu ao palco e me deu um beijo na bochecha.
Demi: Cale-se e se sente.
Christian: Ok. Dê espaço ao meu bumbum, galera - Ele entrou no meio de Tracy e Jason e se sentou. Uma das qualidades de Christian era: Ser totalmente folgado.
Pedro: Então, nosso novo projeto escrito por Holly Thompson é o seguinte... É um musical. O mocinho se apaixona pela mocinha que é apaixonada pelo seu melhor amigo. Resumindo, o mocinho tenta mostrar para a mocinha o tempo todo de que seu amor não é seu melhor amigo, mas sim, ele. 
Demi: Um musical? - Franzi o cenho.
Pedro: Sim, não é ótima idéia?
Demi: Claro que sim. Parabéns pela idéia, Holly.
Holly: Obrigada - Ela sorriu, se mostrando porque fora elogiada por Demi.
Demi: Eu sei exatamente quem pode escrever as músicas, não é, Christian? - O olhei.
Christian: Quem?
Pedro: Claro. Você é um gênio, querida - Ele pegou na minha mão e eu sorri.
Tracy: E os papeis? Já foram definidos?
Pedro: Sim, já foram. Mas depois falamos disso. Demi tem um comunicado para nós...
Demi: É difícil dizer isso. Há quantos anos estou aqui? Muitos. Tem gente aqui que eu conheço desde sempre - Olhei para Christian - Mas tudo sempre tem um final, né? Eu agradeço pelas oportunidades que tive aqui. Essa noticia é boa para alguns, e ruim para outros, mas enfim... Essa é a última peça que faço com vocês. Recebi uma proposta irrecusável para o próximo ano... Bom, é isso. 
Holly: E para onde vai? - Notei um sorriso em seus lábios.
Demi: Hollywood - Brinquei, notando que seu queixo foi no chão - Brincadeira... Fui chamada para fazer algumas séries. Mas no momento não posso falar sobre isso.
Pedro: Chega de noticias tristes. Demi, me ajude aqui - Fui com ele até atrás do palco e pegamos os livrinhos que seriam distribuídos com as falas - Sentiremos sua falta.
Demi: Também vou, Pedro. - Sorri e voltamos ao palco.

Distribuimos os livrinhos e todos começaram a fuçar. Pedro pegou um papel em seu bolso da calça e pediu atenção. Os papeis foram distribuídos, junto com o que cada um iria fazer, além do papel. Nós éramos um por todos e todos por um. Se um necessitava de ajuda, nós fazíamos qualquer coisa para ajudar.
Alguns não ficaram satisfeitos com o papel que havia ganhado, mas não reclamaram, porque sabiam que com Pedro não tinha isso. Era assim, ou era assim.
Eu fiquei com o papel principal, onde Holly havia colocado o nome de Johanna. Jason com o papel do melhor amigo, que eu seria apaixonada e que se chamaria Fernando, e Christian ficaria com o mocinho, como Pedro havia chamado, que se chamaria Lucas. Lemos toda a história, cada um com seu personagem. A história parecia interessante, e com certeza daria um bom público. Tínhamos uma média de seis meses para decorarmos todas as falas, arrumar o figurino e o cenário. Logo que terminamos, arrumamos o que havíamos bagunçado, mas alguns ainda ficaram conversando lá.
Christian: Já vai, Demi?
Demi: Vou esperar minha mãe. Meu carro resolveu quebrar hoje e tenho que depender dela.
Christian: Quer uma carona? - Perguntou, pegando a chave da moto em seu bolso.
Demi: Não, obrigada - Eu sorri - Você sabe que eu não sou muito fã desses meios de transportes radicais.
Christian: Está bem então. Até mais, rainha - Ele me deu um beijo no rosto e colocou o capacete.
Demi: Tchau, Chris - Retribui o beijo.

Eu tinha certeza que em minha vida, eu nunca encontraria alguém como Christian. O amor, a admiração que eu sentia por ele, eu não sentiria por mais ninguém. Eu o olhava, e o via nos filhos que eu queria ter. Claro, não gay, mas honesto, fiel, todas as qualidades e defeitos que havia em Christian, eu queria em meus filhos.
Olhei no relógio impaciente. Duas meninas passaram por mim e deram tchau, disse o mesmo, e então resolvi ligar para a minha casa para ver o que havia acontecido. Às vezes acho que é melhor aceitar a carona de Christian do que ficar plantada esperando minha mãe. 

Demi: Mãe, você não vai vir me buscar?
Dianna: Demi, agora não dá. Não tem ninguém ai que você possa pegar uma carona? - Olhei em volta e vi algumas pessoas - Não mãe, não tem ninguém. O Christian já foi embora porque eu disse que você viria me buscar.
Dianna: Minha filha, entenda, eu estou ocupada. Será que dava pra você pegar ou táxi ou vir de ônibus? Venha a pé, você precisa emagrecer mesmo.
Demi: Mamãe, está tarde para eu ir andando. Tirando que estou de salto. E o táxi ficaria muito caro. E o ônibus deve estar muito cheio a esse horário.
Dianna: Então espere um pouco. JOE... TEM COMO VOCÊ IR BUSCAR A SUA IRMÃ NO TEATRO? - Ouvi-a gritar.
Demi: Ah, mãe, quer saber, não precisa. O Pedro está aqui e ele me dá uma carona.
Dianna: Foi só eu pedir para o Joe que você arrumou uma carona rapidinho, né Demetria?
Demi: Nada a ver mãe. Vou ali falar com o Pedro. Ah, e obrigada por me chamar de gorda. Vou fazer mais exercícios para ver se melhoro isso. Tchau - Desliguei o celular sem ao menos ouvi-la dizer nada. 

Olhei para os lados e digitei o número de Nicholas em meu celular. Logo ele atendeu;

Nick: Oi delicia- Eu ri. Adorava o jeito que ele me provocava.
Demi: Sabe, eu estava pensando em você e assim, você está fazendo alguma coisa?
Nick: Não, não estou não - Respondeu, prontamente.
Demi: Minha mãe disse que eu preciso emagrecer, e então eu pensei na possibilidade de perder algumas calorias com você. O que você acha?
Nick: Você leu meus pensamentos, Demi.
Demi: Tem como você vir me pegar no teatro, por favor? Meu carro quebrou e estou sem carona.
Nick: Claro, em cinco minutos estou aí. Um beijo.
Demi: The flash, meu anjo. Até - Eu ri e desliguei.

sábado, 28 de abril de 2012

3 Capitulo - Sexy Love




Eu já não ia aguentar mais. Estava a ponto de me render. Então ouvimos o choro de Manuela. Demi abriu os olhos e saiu de cima de mim. Puxei minha calça, rápido e fechei o botão. Manuela! Como tínhamos coragem de pensar naquilo com Manuela em casa?
Joe: Vai lá pega-la.
Demi: Ela não gosta de mim, Joe.
Joe: Não posso ir assim - Eu apontei para baixo.
Demi: Hum... - Ela olhou e mordeu o lábio.
Joe: Para de olhar, sua pervertida. Vou dar um jeito nisso, vai lá falar com ela.
Demi: Tô indo - Ela terminou de colocar a calça e subiu.

Meu Santo Deus. O que ela havia feito comigo? Aquilo não abaixava nem por reza brava. Teria que procurar Taylor urgentemente. Eu precisava daquilo. Só que não com a minha irmã. Fiz o que podia, lavei minhas mãos e sai do banheiro. Ouvi os gritos de Manuela dizendo que queria a mim. E Demi tentando falar que eu estava no banheiro. É, essa ai nunca ia ser mãe mesmo. 

Joe: Oi meu amor. O Ni chegou.
Manuela: Onde você tava, Ni?
Joe: Estava no banheiro. Mas o que aconteceu?
Manuela: Porque me deixou sozinha?
Joe: Mas a Demi tá aqui, meu amor.
Manuela: Mas eu quero você, não a Demi.
Demi: Com licença - Ela se levantou da cama e saiu.
Joe: Demi! - A chamei, mas ela já tinha saído - Manu, você não pode fazer isso com ela. Ela também é sua irmã.
Manuela: Mas ela num gosta de mim, então eu também não gosto dela.
Joe: Ela gosta de você sim. Agora você vai lá falar com ela e pedir desculpas.
Manuela: Não vô não.
Joe: Ah, você vai sim. Você a magoou, não percebeu? E você está muito abusadinha por ter a idade que tem. Vamos lá pedir desculpas a ela.
Manuela: Tá bom - Ela cruzou os braços e foi atrás de Demi.
Joe: E não faça essa cara, Demetria 2.

Com cuidado, ela desceu as escadas e foi até Demi, que estava na cozinha. Ah sim, lembram quando disse do limão de Demi? Não estava brincando, ela realmente chupava limão. Limão com sal. Nunca soube de onde tirou essa mania. Manu chegou à cozinha e eu me encostei no vão na porta para olha-las.


Manuela: Demi.
Demi: Hum? - Jogando a casca do limão fora.
Manuela: Disculpa.
Demi: Você não fez nada - Ela lavou as mãos dela na pia e eu ergui a sobrancelha.
Joe: É, hoje você está estranha.
Demi: Não vale forçar a menina a vir falar comigo, Joe.
Joe: Você também não coopera, não é, Demi?
Demi: Volte a sua função de babá, meu querido.
Joe: E você volte a sua vida de infelicidade.

Ela não disse mas nada. Olhou para Manuela, passou a mão em seu rosto e saiu. Vi, mais uma vez, 
a expressão fria de seu olhar.


Selena: O que precisa falar de tão urgente, meu Deus?
Joe: Eu fiz uma besteira.
Selena: Cadê a Manu?
Joe: Está com a sua mãe lá embaixo.
Selena: Então me diz o que você fez.
Joe: Eu fiquei com a Demetria.
Selena: Aff, tá assim só porque traiu a sua namo... O QUÊ?
Joe: Eu fiquei com a Demetria - Ela me olhou, boquiaberta - Sim, Demetria, minha irmã.
Selena: ELA É TÃO VADIA ASSIM A PONTO DE FICAR COM O PRÓPRIO IRMÃO?
Joe: Por um segundo nós não...
Selena: VOCÊ IA TRANSAR COM ELA? - Ela me interrompeu.
Joe: Quer gritar mais alto, por favor?
Selena: Desculpa. Já não basta estar com o Rodrigo, com o Nicholas, agora com você. Como aconteceu?
Joe: Meus pais não estão em casa, como você já sabe, e ai eu fiquei cuidando da Manuela, e ai resolvi ir ao mercado comprar uma coisas pra ela e chamei a Demi, e ela aceitou ir. Chegando lá ela começou a falar do Nicholas e tal, nada que eu não sabia. Depois começamos a assistir um filme da Barbie e a Manu dormiu no colo da Demi. Ela a levou para o quarto e resolvemos assistir outro filme. Nessa de assistir outro filme eu tive a excelente idéia de fazer cócegas nela, e ai fiquei por cima dela. E cara, foi automático. 

Selena: Estou bem. Bom, é complicado, mas dá pra aceitar.
Joe: Não sei o que faria se meus pais se separassem.
Selena: Seus pais tem a Manuela, que é criança. Mas e a gente? Somos todos grandes. Meus irmãos vão com meu pai e eu vou ser a única companhia da mamãe.
Joe: Toda família passa por isso.
Selena: Tenho medo de meu pai arrumar outra mulher, ou de minha mãe arrumar outro homem.
Joe: Você já é bem crescida, Sel, vai saber enfrentar tudo. Eu sei que vai.
Selena: Vou tentar, né?
Joe: Queria muito ficar mais, só que tenho que ir.
Selena: Ah sim, a Manu né?
Joe: É sim. Bom meu anjo, juízo - Dei um beijo em sua testa e ela sorriu.
Selena: Juízo você, senhor Joseph.
Joe: Prometo ter.


Sorri para ela e saí do quarto. Quando cheguei à sala, Manuela e a mãe da Sel estavam assistindo a um desenho juntas. Cumprimentei-a, e quando disse a Manuela que já iríamos embora, ela fez birra.
Estava um pouco envergonhado de chegar em casa e ver Demi, mas para minha surpresa, ela não estava. Ou havia ido à casa de Rodrigo, ou na de Nicholas. De uma a outra. Ou também havia a possibilidade de ter ido ao teatro, muito pouco provável, mas era uma possibilidade
.

Chegamos em casa e quando vi já era de noite. Preparei o jantar de Manu, dei um banho nela e depois a coloquei para dormir. Contei uma história babaca que ela pediu para que eu contasse e depois ela caiu no solo.
Resolvi descer e ver se estava passando alguma coisa de interessante na televisão. Fiquei fuçando, fuçando e no final fiquei assistindo um jogo de futebol, de um time que eu nem conhecia.
E por mais que eu tentasse, Demi em cima de mim não saia da minha cabeça, quanto mais eu tentava, não conseguia esquecer aquela cena. Depois de um tempo, acabei adormecendo no sofá mesmo.



Demi narrando:

Demi: Posso ficar por aqui hoje?
Christian: Claro que pode. Você sabe que aqui não tem problema.
Demi: Aff, eu estou morrendo de vergonha, bê.
Christian: Realmente, não foi muito bonito o que você fez.
Demi: Não vou conseguir olhar para a cara dele - Joguei minha cabeça no travesseiro.
Christian: Ele é sua irmão, dele você não vai fugir.
Demi: Eu sei que não, bê. Mas sei lá, ele é meu irmão. Imagina você pegando o Luis.
Christian: Não, sem chances. Ele não deixa de ser meu irmão.
Demi: É isso, bê. O Joe é meu irmão . Não posso nem imagina-la tomando banho, imagina fazer sexo com ele - Sussurrei.
Christian: Rainha, você não tem escolha, vai ter que enfrenta-lo. E quando essa hora chegar, você simplesmente vai tratá-lo como sempre. Ou seja...
Demi: Bem mau. - Completei.
Christian: Porque na sua casa você é tão fria?
Demi: Não gosto daquela casa. Ela tem uma atmosfera negativa muito grande.
Christian: E o que seus pais tema ver com isso? E seus irmãos?
Demi: Você sabe que... Eu não gosto da Manuela, né?
Christian: A menina é uma criança, Dem. É uma gracinha. Ainda não me conformo com isso.
Demi: Ela rouba a atenção de todos, desde que nasceu.
Christian: Rainha, você é fria desde que eu te conheci. E eu te conheci bem antes da Manuela nascer. E foi muito difícil eu te conquistar, ok?
Demi: Você com esse seu jeitão, sua voz encantadora, me encantaram, bebê - Estendi os braços para ele e ele me abraçou.
Christian: Gostosa - Ele deu um tapa na minha coxa.
Demi: Eu estou com fome.
Christian: Tem pizza dentro do forno.
Demi: Tá gelada?
Christian: Aham - Ele riu e arqueou as sobrancelhas.
Demi: Demorou - Pulei da cama e o puxei - Sua mãe tá ai? - Eu abri a porta e dei de cara com a mãe dele - Oi Oli. 

Olívia: Olá Demi, como vai?
Demi: Bem, e a senhora?
Olívia: Tudo bem. Só vim avisar que amanhã cedo terei de sair Christian.
Christian: Hum, ok. Eu faço o almoço - Ele abriu um sorrisão.
Olívia: Boa noite para vocês - Ela riu e foi em direção a seu quarto.
Demi: Boa noite, Oli. - Me virei para Christian - Você vai cozinhar mesmo amanhã?
Christian: Claro que vou.
Demi: Bom saber, tava pensando em vir almoçar aqui, mas já desisti da idéia.
Christian: Ah, sua vadia - Ele me abraçou por trás.
Demi: Quem vê, pensa, né bebê? - Eu ri e fomos até a cozinha.


Sim, Christian era gay. Só que era um gay homem. Desde que o conheci, ele sempre foi o meu melhor amigo. Ele era o único que conhecia uma Demi diferente da que todos viam. Como era atriz, atuar era do meu cotidiano, por isso que passava a todos a impressão de ser uma mal amada. Mas a verdadeira, só quem conhecia, era Christian Chávez, o melhor amigo que todos querem. 


Demi: Tá uma delicia. - Disse, enquanto pegava outro pedaço de pizza.
Christian: De onde saiu essa compulsão por comer?
Demi: Eu tava morrendo de fome. O Joe comprou algumas coisas, mas eu acabei nem comendo.
Christian: Claro, ela provavelmente não deve ter comido também, afinal a refeição foi quase você.
Demi: Cale-se - Joguei uma azeitona nele e ele ficou me olhando - Porque tá me olhando assim?
Christian: Você sabe o que eu quero saber.
Demi: Sei? - Mordi um pedaço de pizza.
Christian: Sim, você sabe - Ele arqueou a sobrancelha.
Demi: Nem sei - Disse, ainda de boca cheia.
Christian: Você não vai se fazer de idiotinha comigo, Demetria. 
Demi: Ai bebê... sei lá. É normal, como todos.
Christian: Melhor que o Rodrigo?
Demi: Até você é melhor que o Rodrigo.
Christian: Já me pegou pra saber? - Ele se apoiou sobre a mesa e fez cara de safado.
Demi: Todos os dias - Joguei uma azeitona nele e ri.


Eu me sentia muito eu mesma com Christian. Com ele eu conseguia ser sincera, e não precisava usar máscara nenhuma. Não que eu usasse com os outros. Enfim, vocês entenderam. Ficamos conversando mais um pouco, e depois subimos para seu quarto. Não estranhei nenhum pouco o fato de Joe não ter me ligado. Ela sempre soube que às vezes eu saia e não voltava no mesmo dia.
Quando olhei no meu celular, eram vinte pra meia noite, e logo depois ele tocou. Christian me olhou, revirou os olhos e me entregou. Rodrigo. Estava demorando.


Demi: Oi neném - Atendi, rindo da cara de Christian.
Rodrigo: Onde você está?
Demi: Ai meu amor, eu estou ótima, e você, como está?
Rodrigo: Não mude de assunto, Demi.
Demi: Estou no Christian. Onde mais estaria? E porque toda essa grosseria, meu anjo?
Rodrigo: Ok, desculpe. Porque não está em casa?
Demi: Bom - Olhei para Christian -, briguei com o Joe. Meus pais não estão em casa, então resolvi vir pra cá.
Rodrigo: Ele está cuidando de Manuela?
Demi: Deveria - Eu ri.
Rodrigo: Porque ele não está em casa. Por isso que liguei pro seu celular.
Demi: Como assim não está em casa?
Rodrigo: Quer dizer, acho que não está. Liguei e ninguém atendeu.
Demi: Ele deve estar dormindo. Amanhã falo com ele - Olhei para Christian com um olhar pedindo ajuda.
Christian: AAAH - Ele bocejou falsamente - Vamos dormir?
Demi: Hum, ok. Neném, vou dormir agora. Amanhã nos falamos.
Rodrigo: Ok, meu amor. Te amo.
Demi: Também te amo - Desliguei o celular e mostrei a língua, rindo.
Christian: Você é tão falsa, Demetria.
Demi: Sei que sou.


Ficamos conversando mais algum tempo e logo depois fomos dormir. O dia seguinte seria longo. 
Quando cheguei em casa, estranhei o fato de realmente não haver ninguém. Fui ao quarto de Manuela, ela não estava lá. Fui ao de Joe e ele também não estava lá. Mas notei que em sua cama, tinham várias roupinhas de Manuela e também umas três toalhas molhadas. Fui até o banheiro, que estava molhado, mas também não estavam lá. Comecei a me preocupar. Por mais que não me importasse com as duas, essas toalhas e a roupa estavam me preocupando. Passei pelo meu quarto, deixei minha bolsa lá e desci, indo em direção a cozinha. Peguei o telefone e procurei o celular do Joe na agenda. Nunca ligava para ela, porque saberia seu telefone?

Chamou, chamou e ninguém atendeu. Bom, ela pelo menos podia deixar um recado né? Eram dez e meia da manhã, onde ele estaria ainda por cima com Manuela? E em pleno domingo de férias. Ele não a acordaria tão cedo assim. E nada explicava as toalhas. Ignorei o fato e subi para tomar um banho. Parei no meio da escada e então percebi que aquela casa era tão chata sem os gritos daquela pirralha. Ri e fui para meu quarto e tomei meu relaxado banho. Quando sai, coloquei uma roupa e cai na cama. Dormir com Christian não era nada confortável. Ele me dava chutes toda noite. 


Joe narrando:
 
Joe: Ela está bem?
Médico: Está sim. Foi só uma virose.
Joe: Ainda bem - Me joguei na cadeira - Meus pais me matariam se tivesse acontecido algo.
Médico: Ela vai ficar bem, só terá que ficar aqui por algumas horas para tomar soro.
Joe: Não tem problema. Se ela ficar bem, não tem problema. Ela vai né?
Médico: Vai sim, calma. Quer vê-la?
Joe: Se for possível, sim.
Médico: Me acompanhe.

Segui o médico e fomos até onde Manuela estava.


Entrei em pânico quando estava dormindo no sofá e ela veio até mim dizendo que estava passando mal. Então pensei em todos os trilhões de doces que havia comprado para ela, e vi o quanto eu era irresponsável. Quando me dei conta, ela já estava vomitando muito e estava com muita febre. Dei banho nela umas duas vezes, mas a febre não abaixava, então de manhã resolvi trazê-la para o hospital, já que não sabia fazer nada de bom.

Levaram-na em seguida e eu fiquei esperando. Até que o médico veio a mim e me tranqüilizou. Já via minha morte se acontecesse algo a ela.
Cheguei ao quarto e ela estava deitadinha com uma agulha e um tubinho que conectava o soro até seu braço. Ela assistia a TV quietinha, nem parecia a minha irmãzinha encrenqueira. Logo que me viu, sorriu.
 



Joe: Já se sente melhor, princesa?
Manuela: Um pouco. Ni, isso dói.
Joe: Só mais um pouco, logo depois acaba e nós vamos embora, tá?
Manuela: Quero a mamãe.
Joe: Ela vai chegar hoje também, princesa. E tudo voltará ao normal.
Manuela: Até a Demi? - Ela me olhou e eu ri.
Joe: Sim, principalmente ela.
Manuela: Ah sim. Ni, quero dormir.
Joe: Pode dormir, prometo não sair daqui, ok?
Manuela: Não vai sair mesmo?
Joe: Não - Eu dei um beijo em sua testa e ela sorriu.

Logo depois ela dormiu, e eu fiquei lá no quarto com ela. De tão entediado que fiquei, acabei até dormindo na cadeira. Um pouco depois acordei e resolvi ir comer alguma coisa, aproveitando que Manuela ainda estava dormindo. Passei minhas mãos pelos bolsos da calça e notei que estava sem minha carteira e sem meu celular. Fui até o carro e procurei-os. Quando peguei meu celular, tinham 23 chamadas não atendidas, 4 mensagens de voz e 2 mensagens de texto. Resolvi olhar para ver de quem eram, e me surpreendi.


Dez das vinte e três ligações eram de Demi. Cinco de casa e cinco de seu celular. Três eram de Nicholas. Cinco de Miley e cinco de Selena. As duas mensagens de texto eram de Selena, e nem um pouco agradáveis.
 "Cadê você, seu puto, corno, filha de uma cadela? Selena" e "Ah sim, você vai morrer quando vier aqui. Selena". Eu ri e ouvi as mensagens de voz.
As mensagens de voz não me assustaram tanto, mas me fizeram rir pelo desespero. "Joseph, onde você está? Onde Manuela está? O que está acontecendo? Agradeceria se você atendesse a porra desse telefone. Não consegui falar com a sua namorada, então fui obrigada a ligar para todos os seus amiguinhos. Inclusive aquele pata que é o seu amiga Miley. Agradecida, Demi". "Onde você está? A Demi tá super preocupada com você. Beijo". Nicholas. Nick só me ligou porque Demi havia ligado para ele, pode ter certeza. "Vou dar na sua cara, sua maldito. Sua irmãzinha teve que me ligar, sabia? Até parece que se preocupa com você. Pede a ela que da próxima vez não me ligue, pois não quero ouvir aquela maldita voz nojenta dela, ok? Um beijo.", Miley. não iria mudar tão cedo. "ONDE VOCÊ ESTÁ? E o que aconteceu com a sua irmã que tá tão preocupada com você? Ah sim, lembrei. Mas enfim, apareça. Te amo.", era incrível como Selena conseguia ser bruta e amorosa ao mesmo tempo.

Peguei minha carteira e fui até a lanchonete. Resolvi não ligar para ninguém, depois eu me resolvia com eles. Pedi alguma coisa para comer, enquanto não chegava lembrei da mensagem de Demi. Sobre não haver conseguido falar com Taylor. Olhei no calendário e vi em que dia nós estávamos.Peguei meu celular e liguei para a casa dela. Sabia o que estava acontecendo.

Joe: Alô, Dolores?
Dolores: Sou eu. Quem é?
Joe: É Joe - Revirei os olhos. Essa velha dislexia parecia que me odiava.
Dolores: Ah sim, Joe. Como está?
Joe: Estou bem. Taylor está por ai?
Dolores: Não, não está. Ela está no hospital. Você sabe que a essa época ela não está muito bem.
Joe: Ah sim, obrigado. Vou ao hospital com ela. Tchau - Desliguei o telefone antes que ela pudesse falar alguma coisa.

Logo depois meu lanche chegou, o engoli, pois acho que nem o gosto cheguei a sentir e em seguida fui até a recepção, para ver se Taylor estava registrada. E sim, estava. Como todos os meses. Peguei o número de seu quarto e fui para lá. Claro, sem me esquecer que Manuela ainda estava no hospital. Quando cheguei a seu quarto ela estava parecida com Manuela, com o mesmo suporte e a mesma bolsa de soro ao lado. Ela olhou para quem estava entrando no quarto e deu um sorriso meio forçado. E confesso, ela estava horrível. O cabelo enrolado meio bagunçado e a palidez não a estavam ajudando em nada.